quarta-feira, 30 de setembro de 2009

À Flor da Pele.

Em razão dos últimos acontecimentos, tenho andado com a emoção à flor da pele. Sensível, desnorteada, alheia a boa parte do que acontece ao meu redor. Não que eu esteja no mundo da Lua (antes fosse. Quem me dera!) Não tenho tido forças pra me segurar na realidade em que me encontro. As lembranças e a certeza do que virá me consomem. Da mesma forma que não sei como reagir a tudo isso hoje, tenho medo de não saber o que fazer quando o jogo virar. Porque eu sei que, um dia, isso vai acontecer. Ainda tenho três chances de escolher entre 'somente perder' e 'aprender a ganhar'. Sei que, por mais difícil que seja, é bem mais fácil falar. Mas só uma coisa não me entristece: assim como a certeza da dor, o que me sustenta é a certeza da Força que virá do Alto.

Poliglota.

Je suis fatiguée! I don't know what to do with my mind. Meus sentidos se confundem numa eterna confusão que não faz nenhum sentido. And I wonder... Há de chegar o tempo em que tudo se resolverá. Mas o problema é que não é só a minha cabeça... But maybe I can try to forget and everything is gonna be alright. Or not. Je ne suis pas un enfant. Not even you. E sabemos que não vai ser tão fácil assim voltar tudo ao normal como se nada tivesse acontecido.
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um dia avulso
na aula de inglês
sem muita coisa melhor pra fazer.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Dois mundos.

Mais do que nunca ela queria ser duas. Queria poder se dividir. Não para diminuir o peso do mundo que ainda insiste em carregar. Pois, se hoje ela é uma e carrega dois mundos, seria, então, duas metades carregando, cada uma, um mundo inteiro.
Agora, mais do que nunca até então, ela queria ser duas: uma para cada mundo que ela insiste em carregar. Queria poder pegar todas as dores dos dois mundos que ela carrega além do seu, escondê-las num embrulho e sair correndo. Fugir. Se livrar daquilo como uma bomba prestes a explodir!
Mais do que nunca ela queria ser duas. Queria poder oferecer carinho, atenção e cuidado da mesma maneira e com a mesma intensidade para os dois mundos que ela insiste em abraçar.
Tudo o que ela mais queria nesse exato momento era ser duas para poder sentir com um coração inteiro em cada parte.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Luva.

Como a grande maioria, ele é todo tatuado.
Diferente dos demais, não chama a atenção por isso.
Seus cachinhos, que nem são dourados, ou a carinha de menino em meio a tantas caras barbadas assumem muito bem a função de destacá-lo no meio.
Sonha ser um grande cineasta.
Sonho marcado na pele, visível a quem passe num breve e simples aceno.
Já no nome se diferencia dos comuns.
Repleto de peculiaridades, o rapaz conquista seu espaço entre sorrisos e expressões faciais únicas que lhe cabem como uma luva.

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Ele tem futuro... e sabe muito bem disso!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Floresta.

O primeiro passo é sonhar.
O segundo é querer.
E, depois, num piscar de olhos, realizar.
Pensar pequeno é impulso para pensar grande.
Força motriz. Razão de ser. Adubo. Fermento.
De dentro pra fora crescem as sementes que germinam florestas.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Casarão

Era um lugar mágico. Atraía a atenção de crianças e adultos já do lado de fora. Suas vitrines coloridas e iluminadas fascinavam os transeuntes e os convidavam a entrar e conhecer um mundo de fantasia criado dentro de uma enorme casa.
O Casarão, como era conhecida a Loja de Brinquedos da Rua das Flores, tinha dois andares de salas amplas e repletas dos mais variados tipos de brinquedos dispostos em prateleiras reluzentes. Suas paredes cor-de-rosa harmonizavam perfeitamente com as portas, janelas e grades das sacadas. Todas verdes.
O jardim da entrada era composto por flores de todas as cores e árvores frondosas que faziam sombra para os banquinhos de madeira em que muitos poetas se sentavam para ler ou escrever poesias bonitas.
Uma brisa suave perpassava todo o espaço. Pedia licença ao jardim, adentrava pelas portas e janelas e invadia, com toda a sua leveza, as salas em que se encontravam os brinquedos. A brisa trazia o encanto de dançantes borboletas e o perfume de todas as flores para dentro do Casarão.
Ao final do dia, como em toda Loja de Brinquedos que se preze, seus moradores ganhavam vida, saíam de seus lugares nas prateleiras de prata e tomavam os salões. Bailarinas faziam ponta, Soldadinhos de Chumbo marchavam, Bonecas brincavam de roda, Palhaços faziam malabarismos, Macaquinhos pululavam no Sótão... tudo era aleria!
Nesse Casarão, a magia tomava conta de cada partícula que lá se encontrava. E alguns brinquedos faziam mais do que brincar...

[continua...]