cheguei, ele falava dela.
fiquei, ele falava dela.
saí, ele falava dela.
voltei, ele ainda falava.
e falava dela.
ele parece não saber falar de outra coisa.
ele parece não saber viver pra outra coisa.
ele parece não saber sonhar com outra coisa.
a presença dela está entranhada nele.
mas ele já não está mais entranhado nela.
ainda que pareça, eles já não estão mais tão ligados assim.
e ele não percebe. ou não quer perceber.
ou, então, não consegue perceber.
ele se prendeu à necessidade que tinha dela.
como se fosse seu único meio de não sucumbir.
ela, para ele, era tábua de salvação.
ele, para ela, já era sentimento sem sentido e sem razão.
ela já vivia sem ele.
ele só vivia porque respirava por ela.
M.
Há 2 semanas
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