Ninguém que passasse por ela na rua acreditaria na sua idade. Foram 60 anos muito bem vividos, mas, ainda assim, ela não aparentava mais que 40 anos de idade.
Sua juventude estampada no rosto era reflexo de muito aprendizado que a vida deixou. Mesmo as cicatrizes mais profundas não viraram rugas, ao contrário, se tornaram sempre um motivo a mais para sorrir. Além disso, ela se exercitava e se alimentava corretamente. Aprendera a ter uma vida regrada, talvez, até, por imposição da própria vida.
Todos os dias caminhava no parque e se sentava no mesmo banco. Desde a adolescência, sempre fora sua distração favorita ver os pássaros comendo grãos e as crianças correndo em volta. Adorava parar ali, naquele banco, à sombra de um frondoso jambeiro, para descansar de sua caminhada e pensar na vida.
Volta e meia, fotografava os acontecimentos e colecionava-os como postais, guardados numa caixa colorida.
Todas as vezes, alguém dividia aquele banco com ela. Mas dessa vez foi diferente...
M.
Há uma semana
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