Passando os olhos por uma vitrine, me encantei por um pequeno bibelô em formato de anjo. Era pequenino, porém suas asas eram longas e imponentes. Uma graça!
Não resisti e levei o anjinho para casa. Tinha um lugar na estante do meu quarto que o acolheria muito bem. E foi lá que o coloquei.
Mas o bibelô era teimoso. Apesar do lugar privilegiado, estranhamente, o anjo insistia em não permanecer no lugar. Por diversas vezes o recuperei antes que chegasse ao chão.
Até que, um dia, quando cheguei em casa depois de uns dias fora, encontrei o meu pequeno bibelô caído atrás da cortina, quase que escondido. Depois de muito procurar, descobri o que havia acontecido: meu delicado gato persa, em busca de um passarinho que entrar pelo vão da janela, arrastara tudo o que não vira pela frente com sua cauda gorda.
O ajno foi ao chão imediatamente e sua asa esquerda se partiu. Mesmo depois de tanto tempo, consegui colar quase todas as partes e refazê-lo. Era um bibelô, não tenho dúvidas, mas ele parecia demonstrar gratidão. Passou um tempo (que poderia ser o de recuperação) na estante onde o coloquei, mas pareceu se cansar dali e voltou a se atirar nos meus braços toda vez que me via. Até que não tive mais paciência para o bibelô teimoso que não se contentava com as prateleiras em que estava e insistia em não permanecer no seu lugar.
Guardei o bibelô na cristaleira e não precisei mais me preocupar. Ele continuava à vista mesmo sem estar onde eu gostaria que ele ficasse. Mas, apesar da teimosia, o carinho que eu tinha por ele nunca foi diferente.
M.
Há 2 semanas
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