Toda vez que se cruzam, os olhares se encontram. Ele fixa os olhos nos dela. Ela estremece. Sustenta por um tempo, mas logo se lembra de sua condição. Enrubesce. Pisca. Obriga-se a desviar. Olhos, mente e, principalmente, coração e seus desejos.
Apesar da disritmia causada, não há gestos, não há comunicação, não há interação. Sobrevivem sem trocas. O único contato é visual, distante, por um fio não chega a ser impessoal.
Mas ela não se contenta. Quer (e espera) sempre mais do que sempre tem. Talvez seu desejo mais profundo fosse ser como ele. Abrir-se em asas de liberdade total. O desejo dele não sei. Talvez provocá-la inconscientemente. Com seu olhar e compaixão.
Ela se sente enraizada. E está. Mesmo assim, a Flor insiste em confrontar a sua realidade com a do Bem-Te-Vi.
M.
Há uma semana
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