domingo, 16 de novembro de 2008

A Estrela Solitária.

Queria ter postado ontem mesmo... talvez até ''em tempo real'' conforme os pensamentos, sentimentos e idéias iam vindo em forma de palavras numa das melhores experiências que pude ter nos últimos dias: a segunda ida ao Maracanã.
Ok. A primeira vez é inesquecível e incomparável. FATO! Principalmente, se for uma final de campeonato, com o seu time do coração vencendo um jogo sofrido e fazendo um golzinho só. Quase que como um gol de honra. [hahaha] Tudo bem que eu nem posso falar muito daquele jogo, porque eu só sei que o Bota ganhou do Flu e ponto. E que a bandeira que foi no teto do carro voltou embaixo do banco. Estava extasiada. Primeira vez no Maracanã, eu ia ligar pro jogo? Jamais! Até porque, pra falar a verdade, eu nem gosto tanto de futebol assim. :)
Pode até ter quem duvide, mas o Maracanã é uma das maiores manifestações culturais que existem! E é lindo! Sério... é de arrepiar aquelas incontáveis mãozinhas pra cima batendo palma ritimadas, aquelas vozes cantando tão juntas que parecem todas uma e aqueles bandeirões que descem e escondem as cabecinhas ansiosas por um grito: GOL!
Ah, que maravilha que é gritar gol! Só perde pra xingar o juiz. Essa, aliás, é a melhor parte. É xingando o juiz que você conhece o seu próprio vocabulário chulo e descobre que sabia muito mais palavras horrorosas do que você imaginava. [huahuahua] Mas é bom demais. Você extravasa TUDO!
Maracanã é sinônimo de catarse. Você se liberta de tudo, quase que entra em transe. [O.O]
O primeiro jogo é/foi/sempre será inesquecível! Mas o segundo me impressionou.
Comecei mal. Ou bem. Depende do ponto de vista. Fui infiltrada. [hahaha]
Jogo decisivo (ou quase. Enfim, não entendo de futebol e nem quero. Me divirto e já tá de bom tamanho.) para os dois times. Mais uma vez, eu num jogo do Fluminense, só que, dessa vez, a favor.
Até "fantasiada" estava. Impressionante, não me incomodei com as cores. [Não deu alergia nem nada. hahaha] Me senti até um pouco confortável.
Mas precisei me controlar... a vontade de cantar junto com a torcida era imensa, mas eu apanharia se cantasse as músicas que me subiam do peito: a alma é alvinegra. O coração é alvinegro. Emprestado tricolor, mas eternamente preto e branco. Me senti como uma estrela solitária naquele mar grená, verde e branco. Mas confortavelmente acolhida. Eu estava disfarçada, eles jamais saberiam.
Costumo mergulhar de cabeça nas coisas que abraço. Vesti a camisa e libertei a minha parte tricolor. Não cantei (pra não apanhar. Não conseguiria não cantar pelo Glorioso). Mas me senti parte daquele mar de gente em três cores. Sofri com eles. Me irritei como eles. Me empolguei com eles. Ri sozinha por diversas vezes observando ao redor. E gritei. Quatro vezes, gritei o grito de libertação: GOL! Mesmo no gol anulado, a sensação de gritar gol foi a mesma. Me senti da família. Mais: senti que dou sorte! Invicta no Maraca. \o/
O que mais me impressionou não foi nem o fato de eu me sentir à vontade. Foi a própria torcida, mesmo. É de arrepiar o amor que aquelas pessoas têm pelo Fluminense. Acho que eu nunca tinha visto um amor tão forte e verdadeiro por um time ou algo assim.
Fiquei encantada de ver o amor que o meu Amor tem pelo seu time. Até com um pouquinho de inveja, talvez. Daquelas bem saudáveis, claro!
Fui invadida por um sentimento novo. Não de paixão ou amor como aquelas não-sei-quantas mil pessoas em volta. Que não se compara ao meu amor pelo meu time nem ao amor dos tricolores pelo deles. Um sentimento sem forma, ainda. Mas tão bom quanto se fosse.
É contagiante!
E eu recomendo: vá ao Maracanã ao menos uma vez por ano.
Seja pra ver o show do seu time ou da sua torcida. Seja pra ver a ola que inunda todos os estágios daquele Maracanã lotado. Seja pra não ver nada debaixo de um bandeirão. Seja pra gritar 'gol' ou 'filha da puta'. Seja pelo que for: vá ao Maracanã.