sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Luto!

Luto
contra o que sinto
contra o que vejo
contra o que insiste em me corroer por dentro
os sentidos e as certezas
a escuridão e a clareza
a força e toda a minha surreal fraqueza
o medo e toda a sua doce beleza

Luto
pra não ser mais igual ao que fui
pra não cair do abismo em que me encontro à beira
pra buscar a luz no fim do túnel que não vejo
pra não me perder por entre as árvores secas do caminho que percorro
pra voar sem as asas de cera que roubei de Ícaro
pra ir além e alcançar o infinito dos teus olhos mais uma vez.