domingo, 19 de setembro de 2010

~dos quereres insanos

Eu quero! Quero de verdade. Quero como nunca quis até então. Quero com o corpo. Quero com a mente. Quero com a alma. Quero com o coração. Eu quero! Quero sua mão na minha. Quero seu abraço. Quero seu perfume entranhado na minha pele. Quero seu gosto misturado ao meu. Quero seu prazer de estar comigo. Quero ser quem eu só sou quando estou com você. Quero saber o que é te sentir. Quero morar em seus olhos. Quero ser a razão do seu sorriso. Quero sonhar o seu sonho mais lindo. Eu quero você!

sábado, 18 de setembro de 2010

Das pequenas irritações cotidianas

Discutem. Ela desliga o telefone com raiva e tem vontade de jogá-lo na parede. O telefone.
Sente como se tudo o que ela falasse tivesse sido em vão, perda de tempo, e que uma parede talvez tivesse tirado mais proveito do tempo perdido com falácias infinitas. Não adiantaria pedir desculpas, ele conseguira destruir o restante de alegria que o dia guardava pra ela.
Já chovia desde cedo e ela estava cheia de coisas pendentes pra resolver. Pensava em relaxar, sair pra um passeio romântico ou simplesmente pra almoçar e jogar um pouco de conversa fora. Mas não...
Resolveu esquecer o que ouvira e pensar um pouco nela mesma. Foi tomar um banho quente, fazer as unhas e recomeçar a biografia que andava tentando ler fazia um tempo, mas não conseguia sair da primeira página.
Tiraria o dia inteiro para cuidar dela, do seu coração, da sua alma, das suas coisas. Faria orações por quem precisasse e leria textos que sabia que gostaria. Com as unhas coloridas e a pele hidratada, seria uma nova mulher e mergulharia dentro de si mesma.
Somente ela sabia o que precisava para se alegrar. E não pouparia esforços para terminar o dia sorrindo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Maturidade

Eu sou metade do que sempre imaginei ser quando chegasse até aqui. Boa parte das conquistas que esperava alcançar, já carrego comigo.
Mas algo ainda me falta.
Em metade de mim cabe um vazio que nem o que sobra da minha outra metade completa é capaz de preencher.
Sou meia asa aberta, preciso de impulso, ainda, para voar.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Gelo.

Era a segunda vez em três dias que me recusava um abraço. Mudava as feições como quem sente tristeza ao receber tamanho gesto de afeição, indesejado. Parecia envolvida em meus braços por obrigação. E repudiava qualquer sensação de bem estar que pudesse ousar perpassar sua mente. A frieza com que largava seu corpo ao meu corroía o fundo de minha alma. E o vazio que carregava no peito refletia em mim. Sua tristeza era perceptível somente a quem a conhecesse profundamente, como eu supunha conhecer. E ela nunca dissera o contrário. Seu coração era como pedra de gelo que não derretia, parecia congelar tudo o que tocasse. Mas o meu coração permanecia lá, intocável. Pronto para aquecer e modelar o dela.