sábado, 28 de fevereiro de 2009

A Outra.

Ponta da mesa. Motivo do calor que esquenta o sangue e o faz subir. Coração acelera. Respira fundo pra acalmar. Esquece. Ignora. Abstrai. Olha pro lado e conversa pra não pensar. Vê, mas finge que não. Olha de lado pra não levantar suspeita. Ergue a sobrancelha. Se irrita. Profundamente. Mas finge que não. É superior. Não precisa disso. Os que sabem, em volta, se agitam. Provocam. Perturbam. Irritam. Mas ela não se deixa levar. O sangue sobe, o rosto cora. E, por dentro, ela chora de tanto gargalhar. Pra completar, o confronto. O encontro. O evitável que não se pôde evitar. Disfarce. Fingimento claro. Quase cinismo. Sangue frio. E ela sorri para não deixar claro para a outra o que está fixo em seu olhar. Ela disfarça e consegue. Sabe que todos em volta percebem, mas não se deixa abalar. Ela é superior e não precisa de provas. Ela se conhece. Se garante. E, lá no fundo, se diverte com a única implicância de toda a vida. Ciúme? Talvez... chame como quiser.
Ninguém no mundo além dela pode entender o que é.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Carta para um velho amigo.

Às vezes a gente se arrepende antes mesmo de fazer as coisas. Não se chega nem à metade da idéia e lá vem o arrependimento. Mas tudo bem... eu sou teimosa, mesmo. E, arrependida ou não, não vou deixar de te escrever. Nem motivo tenho. Na verdade, eu deveria me preocupar mais com os cupins que devoram as lembranças guardadas na minha estante. Mas abrir uma 'caixa-pasta' com palavras e desenhos que representam boa parte de uma vida inteira me fez parar.
Papel e caneta nunca me faltam, bastou olhar em volta e escolher um lugar em meio às recordações espalhadas em cartas, cadernos e agendas pelo chão.
Minhas paciência e alergia agradecem a pausa. Mesmo que pequena. O horário de me arrumar pra sair pode esperar. Palavras que surgem do coração não podem ficar guardadas muito tempo.
Passar os olhos pelos antigos traços trocados fez reviver quase todos os momentos desde o começo. As diferenças; as mudanças; as risadas; as conversas eternas, infinitas e deliciosamente intermináveis... as brincadeiras; os sorrisos; os momentos todos inesquecíveis. E a distância que veio. Que afastou. Que machucou. Mas que, no fundo, nunca nos separou.
E por mais que me doa recordar tudo isso sem você (porque não somos mais os mesmo de antes. Nem seríamos se quiséssemos) me traz uma energia nova reviver toda a nossa infantil alegria, toda aquela magia do mundo novo que criamos exclusivamente para aquela época das nossas vidas.
Dói relembrar como éramos e ver que hoje somos muito diferentes daquilo o que parecia perfeito,mas, ao mesmo tempo, acalma pensar que já fomos guarda-chuva em tempos de tempestade um para o outro.
Dói a saudade da distância, mas reanima a saudade do que passou. Fomos gêmeos de alma, irmãos de coração. E soubemos viver nossas vidas entrelaçadas enquanto foi possível.
Nunca te esquecerei, mas farei questão de me lembrar de você enquanto meu super herói favorito. Aquele que sempre apareceu na hora certa e ficou o tempo que foi preciso. Aquele que protegia meu coração da tempestade e só fechava o guarda-chuva depois que todas as nuvens se dissipavam. Aquele que ganhava tardes ao telefone depois de uma manhã inteira de bilhetinhos. Aquele que desenhava o mundo que tínhamos criado para nós. Aquele que será, para sempre, o meu Capitão Super Herói favorito. Aquele que é feito de Papel.

Os mais sinceros votos de felicidade plena da velha amiga que espera não se mumificar no seu, agora distante, coração.

Coisas pra você.

Talvez você se lembre... antes de apertarmos os laços, eu queria uma desculpa pra falar com você. E consegui umas piadas muito ruins numas revistas antigas. Nem era nada demais, mas eu fiz questão de dizer que tinha ''coisas pra você''. Demorei a entregar, mas valeu a pena. Foi a melhor recompensa que eu poderia receber: Boa Viagem, pôr-do-Sol e frio na barriga pela segunda vez. Era cada vez mais gostoso ficar com você.
E hoje, um ano e meio depois do nosso ''segundo beijo'', eu me lembro de você com uma simples lista de piadas ruins que achei arrumando a estante enfestada de cupins. E paro tudo o que estou fazendo só pra te escrever. E deixar registrado mais uma vez o quanto eu sou grata àquela ingrata ''piada do ventilador'' que me abriu os olhos e me fez ser a mulher mais feliz desse Universo inteiro só por ter você do meu lado e poder dizer todos os dias e com todas as letras: EU AMO VOCÊ!

Anseio.

É praga.
Só pode ser praga! ¬¬
Nada funciona quando fazem isso.
É terrível!
Preciso sair.
Preciso fugir.
Preciso mudar.
Me mudar.
Pra outro mundo.
Outro lugar.
Onde eu possa viver...
respirar...
sossegar...
seguir meu caminho em paz.
Nada funciona.
Nada adianta.
Nada sobrevive dessa maneira.
Preciso de paz.
Olho grande nunca mais!
Tempo, passe.
Me cresça.
Me leve.
Me salve.
Me carregue.
Me livre.
Me leve daqui.
Pra qualquer lugar.
Onde eu possa, pelo menos, respirar.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Boa noite.

A Morena sempre aparece na hora certa.
Ela sabe o que faz.
Mas agora é melhor dormir.
Renato Russo sussurra rouco em algum lugar:
'' Já que você não está aqui
o que posso fazer é cuidar de mim "

(Apagam-se as luzes. Aumenta o som. Fecha os olhos.)

Boa noite!

(trecho de Vento no Litoral, Legião Urbana)

Contos de Fada.

Ela desce das nuvens para o mundo real. Mas jamais deixará de ser uma princesa, um ser mágico e encantador. A Fada dos Encantos nunca deixa de ser como é por um simples disfarce de Carnaval.
Se disfarça de mortal, pensa que passará por normal. Mas não. Ela não. Ela é diferente.
O Néctar mais puro. Perfume mais doce. Macia...
Fada. Princesa.. Menina. Moleca. Mulher. Rara. E única. Além de sem igual... Uma Flor.
Brilha como Vagalume. Sorri como criança. Dança como bailarina. Enfeita como boneca.
E as Lagartas fingem que não percebem, mas sabem que ela já é Borboleta. Fina e delicada. Firme e decidida. Livre e sonhadora.
Mas nenhum encanto é eterno. Dura o tempo que precisar durar. A redoma se quebrará. O casulo se romperá. E ela abrirá suas asas. E, simplesmente, voará.

A Festa da Carne. (parte III)

Dia de Gordo
Acorda tarde.
Faz compras.
Faz comida.
Come.
Faz almoço.
Dorme.
Acorda.
Come.
Joga. Joga. Joga.
Social.
Banho.
Cama... precisava ouvir música normal.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A Festa da Carne. (parte II)

Bom dia
Já sentia falta. Impossível sobreviver a uma semana inteira sem aparecer.
Diário abençoado.
Planejado. Esquecido. Trazido. No susto, mas veio.
Ainda bem. Eis que virão as histórias...

Acordar? Pra queeee? Tava tão bom...
Cachorro quente pra não dizer que ninguém comeu. E praia.
Ondas, areia, Sol, conversas, planos e risadas. Tarde 'Nando Reis' das melhores!

Mesmo à distância, certas coisas não mudam. 'Bom dia' é sempre BOM DIA! :D

Supermercado. Super idéia. Super arroz. Super deu certo. Super rendeu. Super sobrou... mas super valeu a pena.

Bebe. Bebe. Bebe. Dorme. Dorme. (Rede)
Sai. Sai. Sai. Banho. Banho.
Volta. Volta. Volta. Banho. Banho.
Dorme. Dorme. Dorme. Dorme. Dorme.
E acaba o dia...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A Festa da Carne. (parte I)

O Começo
Acorda cedo.
Arruma mala.
Sai.
Trabalha.
Conversa.
Trabalha além.
Atrasa.
Corre.
Paga.
Carona.
Pega mala.
Sai.
Almoça.
Arruma carro.
Encaixa.
E vai...
Lindas paisagens.
Gado.
Pasto.
Aves.
Nuvens.
Bosque.
RANGER VERMELHO!
Mais paisagem.
'Quanto tempo falta?'
'Um hora e meia.'
Dormem.
'Falta quanto ainda?'
'Uma hora e meia.'
Praia.
Lagoa.
Quase pôr-de-Sol.
'E agora, quanto falta?'
'Ah... uma hora e meia.'
'Ainda?'
Chega.
Espera.
Jantar? Ok... chame como quiser.
Busca.
Espera.
Chega. De Cometa.
YO!
Riem.
Riem.
Riem.
Bebem.
Bebem.
Riem.
Riem.
Riem.
Dormem.
E isso é apenas o primeiro dia.
...ainda falta uma hora e meia.
:)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Confissão.

Não pense que venho por amor à causa. Por fazer questão de levantar a bandeira. Até visto a camisa. Nada do que faço é em vão ou sem razão. Pode até ser sem paixão, mas nunca sou imparcial.
Há vezes até em que tomo as dores.
Confesso, venho pelo vil metal. Pelos mais mesquinhos motivos para estar aqui. Volto muitas vezes contra a vontade, mas sempre trago o coração. Sim, sei que, quando for, sentirei falta. Não do automático, mas do humano. Do dar 'bom dia' e recebê-lo. Com um sorriso ou entre dentes, não importa!, mas recebê-lo. Das piadas, das brincadeiras, das risadas, das pizzas e até dos problemas... mas do que for humano, palpável, compartilhável.
Sim, ainda há muito o que viver e ver antes de ir, mas espero que seja muito em intensidade, não tanto em tempo. Tenho desejos maiores, quero alçar vôos mais altos. O quanto antes, sim, tenho pressa!
Quero viver, quero sentir, quero fazer acontecer, realizar!
Não venho por amor à causa, mas admiro os que vêm. E sei que estes terão, por mim, quando eu for por amor ao pavilhão, o mesmo orgulho e admiração.

muy amigas...

Rebeca e Júlia se conheceram no Colégio.
Mesmo aos 11 anos, a primeira impressão não foi bem o que se chamaria de ruim, mas também não foi das melhores. Rebeca tinha ouvido falar que Júlia não era uma pessoa assim tão legal. Talvez falaram por ciúme. Talvez falaram por inveja. Talvez falaram só, mesmo, por falar. Mas Rebeca acreditou. Porque ela ainda confiava em quem falou.
E o tempo passou. Júlia se aproximou. E Rebeca mudou. De opinião e, com o tempo, de postura. Involuntariamente, causou ciúme. Inconscientemente, não deu atenção. Mas as pessoas crescem. Meninas sempre amadurecem. E, querendo ou não, sempre se esquecem das coisas que acontecem.
O tempo continuou passando e as meninas crescendo. Rebeca e Júlia se tornavam cada vez mais amigas. Até que chegaram ao ponto de 'quase-irmãs'. Contavam tudo uma para a outra. Partilhavam dores. Dividiam segredos. Sonhavam juntas. Multiplicavam alegrias. Eram felizes e sempre mais amigas. Aprenderam juntas muitas coisas.
Mas o tempo continuava a passar... as cartas e cadernos registravam os sonhos e pesadelos da adolescência. Elas pareciam viver as mesmas histórias. Com algumas variações... mas eram as mesmas histórias. Os romances não correspondidos, os primeiros beijos, as traições de amigos, as provas, as viagens... tudo elas contavam uma para a outra, faziam questão do registro, das cartas, dos cadernos.
A vida tentou separá-las com as mudanças de Júlia. Não conseguiu. Ao contrário, aproximou as duas ainda mais. Uma vez que perderam o contato diário durante as aulas, resolveram dedicar os fins de semana às fofocas e bicicletas. Pedalavam como se pudessem fugir dos medos que as afligiam. Não havia empecílio.
E o tempo, cruel, não parava de correr... terminou o Colégio, vestibular e uffa!, Faculdade! Elas continuavam amigas. Muito amigas. E pensavam que não mais se separariam depois da grande novidade: os amores verdadeiros que chegaram e se cruzaram nos caminhos delas. Tiveram certeza de que, com o Quarteto Fantástico em ação, a amizade seria invencível e elas se tornariam, definitivamente, inseparáveis.
Mais uma vez, o tempo se fez presente e mostrou que as pessoas mudam quando tomam rumos diferentes. Rebeca e Júlia já não eram lá tão parecidas assim... Já não sonhavam os mesmos sonhos. Já não contavam mais tudo uma para a outra. Elas cresceram e não tinham mais tempo para as cartas e cadernos. Elas mudaram e faziam planos diferentes dos delírios da adolescência. Elas não eram mais as mesmas. Talvez não significassem mais o mesmo uma para a outra. E o que viria para unir, acabou por separar.
Novos amigos vieram, novos ciclos se formaram. Alguns se cruzaram e se misturaram. Outros só serviram para destacar e acentuar a diferença entre elas. Rebeca sempre foi comunicativa e se adaptou bem a todos os grupos. Os dela e os de Júlia. Rebeca colecionava sorrisos e amigos. E Júlia contribuiu muito tempo nessa coleção. O contrário não aconteceu, Júlia se contentava com os seus amigos e não se misturava. Rebeca não se importava, mas, com o tempo, passou a ter que escolher com quem sair. E optava pelos grupos. Novos ou antigos, não importava. Júlia não ia. Não se enturmava. E isso as afastou ainda mais.
Além disso, a Faculdade as mostrou novos caminhos. Trouxe novas linhas de pensamento e estilos de vida. E elas se tornaram o completo oposto. No início, não fazia diferença. Até o dia em que começou a incomodar. As idéias e, principalmente, as experiências e vontades entraram em conflito. Uma já não se importava mais tanto com a outra. E o que parecia ser uma história de amizade eterna de princesinhas dos contos de fadas se tornou mais uma história comum.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Príncipe.

Ele nunca lera o Pequeno Príncipe.
E sempre achava que a aborrecia quando resolvia ficar 'remoendo pequenos problemas' perto dela.
Bobinho... mal sabia ele que ela adorava ouvi-lo. Sentir-se útil a alguém.
Ele a fazia sentir isso como ninguém no mundo.
Ouvi-lo, em qualquer circunstância, a fazia bem.
Mesmo que ela não soubesse o que dizer, sabia que, para ele, bastava ela estar ouvindo.
E ela ouvia.
E quando sabia o que dizer, dizia.
Nem sempre era o melhor a se dizer, mas ela dizia.
Porque, em algum momento, aquilo surtiria efeito.
E ele percebia o quanto ela se importava.
E ela entendia o quanto ele confiava.
E eles acreditavam.
Em alguma coisa. Em coisas diferentes. Mas cada um acreditava.
Nenhum dos dois deixava de acreditar.
Ele, nela. Ela, n'Ele.
E seguiam acreditando juntos pelo mesmo propósito.
Porque ele tinha um amor declarado, explícito, escancarado... Que o estava fazendo sofrer.
E era um amor que ela aprendera a partilhar e a sentir também.
Não era amor um pelo outro, era amor por outro alguém.
Por um alguém nobre, de coração puro e alma cristalina.
Alguém de aura clara e olhos de fantasia.
Por um alguém pequeno.
Mais forte que todos.
Mais corajoso.
Mais veloz.
E Real.
Sua realeza era surreal.
Esse alguém era um Príncipe.
Um Príncipe Pequenino.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Só mente.

mente viajante
ilusória
criadora de histórias
de realidades
de vidas
de sonhos
de vontades

mente delirante
que sonha
que inventa
que cria
que recria realidades de forma sutil

mente inconstante
que vai e que volta
que endireita e entorta
e que não se conforma de parar onde está

mente sobrevivente
que ameaça derreter
mas se mantém
viva
pulsante
criadora
construtora de novos rumos

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Bicicletando.

~ papos loucos.
abraços longos.
quase...
vontade não faltou. E foi recíproca.
Mas ela soube controlar.
'Tá pensando em que?'
Ana Carolina gritando aos ouvidos.
(coisas minhas, talvez você nem queira ouvir.
Já sei olhar o rio por onde a vida passa sem me precipitar e nem perder a hora.
Escuto no silêncio que há em mim e basta.)
Pensando na vida...
Ele sabia que ela não precisava responder. A sintonia deles permitia ler pensamentos.
A proximidade das almas, dos corações e -naquele momento- dos corpos permitia respirar o mesmo segundo.

(Detalhes: Pra rua me levar, Ana Carolina)
Somente a Lua era testemunha daquele imenso silêncio.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Desespero.

Sim, é desesperador.
Esse marasmo. Esse cansaço. Esse calor!
Essa falta de vontade que me prende, que me invade.
Que me priva de sentir a liberdade que eu quis.
Quis. Busquei. Procurei. Encontrei.
Mas não me satisfez.
Decepção.
Mais uma vez, me aperta o coração.
Me assusta a impotência. A indiferença. A invalidez.
A insensatez que me desfez.
A insanidade que me inunda.
O desespero que abunda dentro de mim.
Loucura!
Quem iria imaginar que, um dia, eu pensaria em voltar?
Não eu. Não para aquele lugar!
Comodismo? Costume? Acomodação?
Não!
Mas pelo menos lá não havia ilusão. Nem frustração.
Perdi o encanto. Nem o tive, na verdade. Não deu tempo.
Imaginei mais do que jamais poderia ter.
Perdi tempo sonhando.
Tempo que deveria gastar trabalhando pra melhorar o sentimento.
Pra não viver outro tormento.
Pra transformar todo lamento em realização.
Em participação.
Em garra.
Em vontade.
Em emoção.
Perdi tempo levando à frente o coração.
Como sempre, perdi a oportunidade de me surpreender.
Esperei demais.
Desejei demais.
Sonhei demais.
Quis mais do que sabia que ia ter.
Decepção.
Desilusão.
Desepero.
Hoje, só me permito disfarçar.
Porque sei que ainda vou conseguir consquistar o meu lugar.
Vou alcançar a felicidade plena.
Porque se engana quem pensa que eu vou ser sempre pequena.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Veraneio devaneio.

se for pra fugir, que seja do trabalho.
se for pra brigar, que seja pela sombra.
se for pra tirar, que seja a roupa.
se for pra levar, que seja alegria.
se for pra perder, que seja peso.
se for pra bater, que seja papo.
se for pra errar, que seja o refrão.
se for pra sair, que seja pra festa.
se for pra queimar, que seja no sol.
se for pra sujar, que seja de areia.
se for pra beber, que seja água de coco.
se for pra cair, que seja no mar.
se for pra correr, que seja atrás do cachorro.
se for pra apanhar, que seja da bola.
se for pra sofrer, que seja no frescobol.

se for pra morrer... que não seja afogada, pelamordeDeus!

ELa.

~
e ela vai entrar de vez naquela dança
com seu brilho de criança que só sabe brincar
ela vai correr atrás dos sonhos
realizar. sorrir. flutuar.
e vai ser feliz como sempre quis
porque o coração dela é uma flor que só sabe amar.

Facilidades.

É... acho que eu gostava mais quando era apenas um sonho a tão esperada frase ''ah, desculpa, mas eu trabalho''.
Como quase todo o resto, é uma daquelas coisas que, quando a gente tem, fica lembrando, com saudade, como era no tempo quando não tinha.
Tempo... havia tempo. Agora falta!
E por mais que cada um administre seu próprio tempo e o faça como quiser, sempre fica a impressão de que se queria mais.
E o trabalho... ah, o trabalho. É sempre ótimo até virar rotina.
Virou rotina, caiu no costume, não tem inovação, passa a ser chatisse.
E tudo cansa. Tudo desanima. Tudo faz perder a paciência. Tudo faz esquecer a calma.
E a tendência? Infelizmente, é piorar. Sempre!
Mas como tudo tem solução...
A situação vai piorando, piorando, piorando... até que um dia... você vira chefe!
E aí, sim, vai ter em quem pôr a culpa!
Aí... ah, aí sim, tudo fica bem mais fácil.

Antigüidades.

De volta com a sobrecarga.
"Não se pode nem tirar férias!"
Não se pode, se deve! Não se pode é voltar.
Por que? Para que?

Alguém me ajuda?
Alguém me salva?
Alguém me diz o que fazer?

Falatório.
Incessante.
Irritação.
Constante.
Socorro!
Alguém me livra desse inferno?
Elas não param de falar, não se contêm.

"Deve ter desistido, cansou..."
É, cansei! E já desisti. Não vejo a hora de sumir!
Uma. Apenas uma. Para tudo ao mesmo tempo.

Grito entalado. Preso. Engolido a seco.
Grito que libertará. Que aliviará.

Que desespero!


[sem data]

Reviveres.

Quanto mais a gente vive, mais história tem pra contar.
Pra recontar.
Pra recordar.
Pra reviver.
Pra renascer.

"Lembra aquele dia?"
hahaha
E aquela festa?
Aquela praia?
Aquele abraço?
E aquele sorriso?
Ah... parecia um sonho.
Viver é isso.
Repetir. Recordar. Reviver. Renascer.
É, muitas vezes, ressurgir.
Reaprender.
Reconhecer.
Saber ouvir e ver.
Se deixar. Se permitir. Se encantar.
Ah, viva la vida!
\o/

Da Lua.

E eu venho rindo feito louca com cara de palhaça pela rua toda vez que encontro você...

Luz da minha Lua.
Braço do meu abraço.
Ciclo da minha bicicleta.
Voz do meu sussurro.

Arlecchino mio.

três

Um a ama porque a tem.
O outro a ama porque a quer.
Ela os tem porque os ama.
Porque não sabe mais viver sem nenhum dos dois...

Pane no Sistema.

É sério... eu ainda mato um!
Até o fim dos tempos eu hei de realizar o sonho de, como numa cena de cinema, destruir uma sala inteira jogando tudo pelos ares e arremessando computadores janela afora/varanda abaixo.
Um dia eu me realizo...

''pane no sistema, alguém me desconfigurou
aonde estão meus olhos de robô?
eu não sabia, eu não tinha percebido
eu sempre achei que era vivo
parafuso e fluido em lugar de articulação
até achava que aqui batia um coração
nada é orgânico, é tudo programado
e eu achando que tinha me libertado
mas lá vem eles novamente, eu sei o que vão fazer:
reinstalar o sistema"

[vivendo uma loucura]

(trecho de Anacrônico, Pitty)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

sons

(♪♪♪)

Ana Carolina começou o dia por mim, hoje. Chegando até a me assustar com tamanha verossimilhança.
O trecho que mais doeu (''...tive você na mão e agora tenho só essa canção...'') foi o que pareceu mais real.
Mas a vida nos reserva surpresas.
Inúmeras. Incontáveis. Incomensuráveis surpresas.
O fim de um dia que começou com aquela voz chegou ao som das gotas que caíam.
E com dois sorrisos que temíamos nunca mais trocar.
Éramos duas crianças.
Sempre fomos.
E, hoje, pude ter a certeza de que jamais deixaremos de ser.
Outra certeza?
Nas palavras dela: ''eu não quero cantar pra ninguém a canção que eu fiz pra você.''

(Detalhe: Nada pra mim, Ana Carolina)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Gragoatá.

~. conversas estranhas.
momentos tensos.
vontades loucas. principalmente de chorar.

_
Cantareira pra abstrair.
pede uma gelada pra relaxar.
quem disse que passa?

a culpa é sua!
quem manda eu gostar tanto de você?