sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O tempo que não é.

E aí parece que todas as coisas conspiram contra. Sempre.
Desde que você decidiu que ia, meu coração já foi. E não há um segundo em que ele esteja aqui, no presente, vivendo como se não houvesse amanhã. Pela primeira vez é o porvir que assusta, que apavora, que maltrata. Não fosse essa coisa idiota de sofrer por antecipação, seriam os melhores dias de toda uma vida. Mas eu faço tudo errado, mesmo.
Todas as músicas que eu ouço, todos os livros que eu leio, todos os filmes que eu vejo e até no trabalho eu arrumo um jeito de pensar em você e em nós e como tudo – não – vai ser enquanto você não estiver aqui.
Eu sei que a culpa é minha, que eu penso pra frente demais e que eu gosto de sofrer (não há outra justificativa). Mas você também tinha que complicar tudo?
Se eu pudesse decidir de novo, eu não teria falhado a primeira vez. E essa poderia até ser a segunda. Ou a continuação daquela. Mas eu fui fraca, só pra variar.
E o que acontece é que eu não consigo suportar a dor de te ver partindo. Eu sei que é o seu sonho, a sua vida, a sua realização. Mas eu também sei que sou egoísta e só consigo pensar “mas e eu? E tudo isso o que construímos juntos? Pra onde vai? Como fica?” Mas você tá certo, tem que pensar é em você e nos seus sonhos e no seu futuro. Eu que aprenda a cuidar de mim.
Só não esquece uma coisa. Por mais que eu fuja de te ver fazendo as malas ou escolhendo itinerários, eu to do seu lado, viu? E todas as vezes que eu não quiser saber do que você está falando é porque eu queria estar compartilhando o mesmo sentimento.
E não esquece de mim. Porque o meu coração não esquece, nunca, o seu.