terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A Garota da Foto.

Ele a conheceu num dia de Sol. Um dia como outro qualquer.
Mas depois da tarde que passaram juntos, aquele dia deixou de ser um qualquer.
Ao contrário do que acontece na maioria das vezes, a foto veio depois.
E já não havia mais como voltar atrás. Ele se encantou por ela como jamais havia se encantado por ninguém. Como nem ela jamais imaginara poder encantar alguém.
E ele via naquela foto, naquela imagem, a ilusão de uma beleza infinita. Ele tirava daquelas cores, as luzes que iluminavam seu dia. Religiosamente, não saía de casa sem pôr os olhos à imagem dela.
Ele sentia por ela uma admiração hipnotizada. Era quase um culto àquele ser sublime. Sensível. Frágil.
E ele tinha a impressão de ser o único que podia cuidar dela. Se enganava.
Ela era forte. Até demais. Forte o bastante para cuidar de ambos.
Dela própria com seus afazeres que a enchiam de preocupações que anulavam as outras menos práticas.
Dele, apenas com um sorriso. Um simples sorriso dela já bastava para dissipar as dores e rumores do coração dele. Ou aumentar. Mas ele fingia que não. Preferia acreditar que ela era uma flor e só o fazia bem.
Ele a amava por isso. E pela foto. E por todo o resto.
Ela sabia. E o amava. Secretamente. Intensamente. Inconscientemente.
Ela sabia o bem que fazia a ele, mas ele não imaginava o quanto bem que fazia a ela.
Era mais até do que ela conseguia expressar.
Como nunca antes, a 'Garota da Foto' era tão real que se podia tocar além de admirar.
E ele, por mais que sofresse, amava a idéia de tê-la por perto.
Tão próximos e tão distantes... ainda.
E sonhadores.
Talvez não sonhassem os mesmos sonhos, mas sonhavam. E isso bastava.
(Os sonhos movem o mundo!)

E que surpresas será que o destino lhes reservava?
Só o futuro saberá...