terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Descrição.

A porta parece daquelas salas de detetives de filme antigo. A ante-sala também. Chão xadrez de quadrados largos em preto e branco. Uma luz fraca (daquelas que dão sono), um ventilador barulhento no teto baixo. Algumas cadeiras desconfortáveis. E escuras. Quadros de madeira escura e um espelho com uma imagem estampada em preto e cinza completam o ar sombrio da sala.
À mesa que fica de frente para a porta, uma figura tão sombria quanto o ar carregado da sala. Uma triste (e entristecedora) secretária se esconde entre pesadas agendas de marcação cheias de papéis soltos e um trambolho enorme, o aparelho mais moderno do ambiente: um fax.
Do outro lado da porta de madeira, tal qual naqueles filmes, se encontra a sala de tortura. De onde ela surge, vestida com um avental branco que tem seu nome bordado em cor-de-rosa-pálido no bolso. O cabelo liso armado. E um sorriso nitidamente forçado. Chama meu nome.
Respiro fundo. Me levanto. E entro.