sábado, 18 de setembro de 2010

Das pequenas irritações cotidianas

Discutem. Ela desliga o telefone com raiva e tem vontade de jogá-lo na parede. O telefone.
Sente como se tudo o que ela falasse tivesse sido em vão, perda de tempo, e que uma parede talvez tivesse tirado mais proveito do tempo perdido com falácias infinitas. Não adiantaria pedir desculpas, ele conseguira destruir o restante de alegria que o dia guardava pra ela.
Já chovia desde cedo e ela estava cheia de coisas pendentes pra resolver. Pensava em relaxar, sair pra um passeio romântico ou simplesmente pra almoçar e jogar um pouco de conversa fora. Mas não...
Resolveu esquecer o que ouvira e pensar um pouco nela mesma. Foi tomar um banho quente, fazer as unhas e recomeçar a biografia que andava tentando ler fazia um tempo, mas não conseguia sair da primeira página.
Tiraria o dia inteiro para cuidar dela, do seu coração, da sua alma, das suas coisas. Faria orações por quem precisasse e leria textos que sabia que gostaria. Com as unhas coloridas e a pele hidratada, seria uma nova mulher e mergulharia dentro de si mesma.
Somente ela sabia o que precisava para se alegrar. E não pouparia esforços para terminar o dia sorrindo.