domingo, 11 de julho de 2010

Flor

E desde a primeira vez que em que os olhares se cruzaram, toda vez que se encontram a cena se repete: olhada de cima a baixo, ela percebe quando ele tenta disfarçar. E ainda há disritmia, ainda é o mesmo olhar, compaixão que não se esgota nem desvia.
De volta ao ninho, apesar de já não tão livre assim, o  Bem-Te-Vi parece enxergar na Flor o sentimento novo que ela carrega no peito. Talvez seu desejo mais profundo seja ser como ela, que apesar de enraizada, mudou o jeito de ver o mundo e a liberdade quando se entregou a um lindo Beija-Flor.
Não trocam palavras, não há comunicação que ultrapasse o limite do breve contato visual. Mas alguma vezes, não é preciso mais que uma troca de olhares...

2 comentários:

Luka disse...

Lindo! divertido pensar quem é quem

Luisa disse...

Tem dias que é bom ser flor.
Tem dias que é bom ser bem-te-vi.
Tem dias que é bom ser morena...
E tem dias que é bom ter insônia.

Trocar de personagem, roubar um pouco de cada um. Nos cabe. A nós, sempre cabe.

Roubamos cá, agregamos acolá. No fim? Só a poesia. E nós mesmos, renovados.

Boa noite flor, digo, bem-te-vi, digo....