domingo, 18 de julho de 2010

O sonho II

[...]
Depois de quinze minutos de caminhada entre gozações e bebidas, eles chegaram à entrada da festa. Claro, à procura do maior número de mulheres solteiras que conseguiriam encontrar. Ele seguia com os amigos e fazia planos como eles. Bebia e gargalhava como se não houvesse amanhã. Mas, no fundo, o que mais queria era saber onde estaria a menina do short branco.
Ela estava a poucos metros da outra entrada da festa com as suas amigas que não queriam saber de homens, só queriam curtir a noite juntas. Mas não recusariam um belo sorriso e palavras carinhosas para colorir a noite ainda nublada. Com o cair da temperatura, ainda na casa de uma das amigas, colocou uma meia calça, uma jaqueta e trocou os tênis por um par de longas botas pretas. Mas o short branco a acompanharia até o fim da noite.
No meio da noite, acabaram por se esbarrar os olhares. Ela percebeu que um rapaz sorrira ao vê-las e comentou com as meninas. Ele viu que ela se aproximava com as amigas e deu um jeito de se separar dos amigos, que queriam lhe empurrar mais uma garota bebada como eles, com a desculpa de ir buscar mais uma bebida. E não voltou mais. Andou em direção à barraca de drinks em que elas estavam e pediu uma batida de morango. Não queria beber mais, precisava, mesmo, era de uma maneira de se aproximar. Não sabia o que dizer à moça que apenas vira passar, mas roubara seus sentidos e o deixara uma tarde com o pensamento nas alturas.
As nuvens se afastavam revelando um brilho nunca antes visto de estrelas que pareciam mais próximas da Terra. Além da Lua Cheia mais redonda que se pode imaginar, limpa, linda, prateada. Ele ainda segurava a batida de morango, sem tocá-la, e fixava, boquiaberto, a menina do short branco. Sem ter um amigo do lado pra avisar, ele só se deu conta de que parecia ridículo quando elas começaram a rir e olhar na direção dele. Tentou disfarçar, mas o máximo que conseguiu foi sorrir de volta.
Mesmo inconscientemente, conseguiu o que queria, o primeiro contato.
[continua]

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