domingo, 29 de agosto de 2010

Marionete.

Eu sou uma grande persona. Uma máscara. Uma personagem. Nem tudo o que você vê é como parece ser. Não se assuste se você descobrir que era tudo um truque de ilusionismo barato, só pra te convencer.
Eu sou uma esfinge. Ainda que te devore, você não vai me decifrar. Os segredos ocultos no interior dos meus olhos só são visíveis por dentro. Existo de dentro pra fora.
Eu sou uma farsa. Tudo o que você vê é mentira. E esse belo corpo? Mera carcaça. E essa voz doce? Disfarce. Esse sorriso escancarado? Engano.
Eu sou um grande erro. Aquele que cruzar o meu caminho não terá perdão jamais. Desgraçará a sua vida e não terá retorno. Nunca mais será o mesmo aquele que fitar meus olhos. Sucumbirá o desavisado que sorver o meu veneno.
Eu sou uma gárgula. Aprisionada ao meu coração de pedra, não sei amar e não permito aos que se aproximam conhecerem o doce sabor da liberdade. Vivo a carregar a dor de minhas pesadas asas de pedra que não me permitem voar.
Eu sou marionete embolada na estante. Esquecida pelo destino no fundo do baú com as cordas cortadas pra nunca mais sair do lugar.

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