segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Carta para olhos pequenos

Foi tão bom te rever e sentir de novo aquele carinho. Me pareceu que todo o tempo que passamos afastados foram férias escolares e que retornamos ao que fora antes.
Ainda acho que não. Mas foi a impressão que eu tive.
Seus pequenos olhos e meu imenso sorriso diziam mais que qualquer palavra que pudéssemos inventar naquele instante. E eu não queria inventar mais nada, só reviver. Ou nem isso, acho que o que eu sempre quis, desde antes, era que nada tivesse mudado e que a vida tivesse seguido seu curso naturalmente, de idas e vindas lá e nós aqui.
Foi bom. Foi muito bom o nosso bom e velho abraço sem pressa, sem pudores, sem medos, sem exageros, sem nada além do que nos une desde o primeiro instante. Laços eternizados em caixas e mais caixas de papel que guardaram todas as nossas lágrimas, nossas razões pra sorrir ou pra chorar, ou nossos instantes de loucura.
E foram palavras, desenhos, traços desses invisíveis laços que estabelecemos num dia qualquer, com uma palavra qualquer, por um motivo qualquer. E hoje estamos aqui.
E foi bom te ver de novo. E não ter vontade de te olhar de lado nem de te jogar indiretas ou trocar ironias a cada frase. Mas foi vontade de te olhar de frente, falar abertamente e conversar. Porque os seus pequenos olhos são as janelas do seu imenso coração.
E as nossas lembranças são lindas. E ainda vão virar história. Pelas minhas palavras e os seus desenhos. Como tinha de ser.

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