quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Dona Flor

Durante dois anos, teve dois namorados. Um que era e um que não era, mas pensava ser.
Florinda era uma moça bonita, jovem, de pele morena e olhos claros. Apaixonada pelo homem da sua vida. Até que seu caminho foi atravessado por um encosto. Nunca soube, na verdade, se o outro existiu de fato ou era imaginação.
O que aconteceu foi que quase deixou escapar o grande amor por uma nuvem que lhe embaçava os olhos. Tola.
Mas o que importa saber é que ela acordou. E se deu conta de que não tinha mais tempo a perder. Subiu no salto e não olhou mais pra trás. Rasgou carta, queimou foto e se desfez de todo e qualquer tipo de recordação daquele tempo que perdeu, que ficou pra trás. Matou e enterrou o passado que foi o maior presente de grego que a vida poderia dar a alguém.
E aí ninguém mais tirou o sorriso daquela mulher.

2 comentários:

Ju Fernandes disse...

hum ... existem muitas florindas por ae ...

Carlos Valença disse...

Quando somos libertados do "encosto" é bênção... hum... mas refletindo, até um "encosto" merece a oportunidade de se modificar, o problema é "o encosto" quando "se encosta" continuamente, de galho em galho, nunca deixa de ser o que é.
Mas concordo com a Morena, feliz é a jovem! ;)